A
Adolescência
São coisas fortes que fazem e fizeram parte de
nosso cotidiano.
Em meu começo.
Ainda nem tinha atingido o topo de
meu vigor físico.
Já começava a aparecer às espinhas em meu rosto.
Foi
quando sofri o meu primeiro brilho de olhos femininos.
Fiz-me homem da
noite para o dia.
Vesti meu terno cinza de risco de giz.
Sofri meu
primeiro beijo na boca.
Acalentei-me em minha primeira cama de amor.
Hoje, já homem feito depois de tantos caminhos certos ou errantes,
Olho
para traz e não mais vejo aquela magia elegante e charmosa que me carregava.
Nem uso mais o lenço perfumado, depois de uma noitada.
Eu nem volto para
casa com o perfume feminino em minhas roupas.
Acho que até os aromas
foram extintos.
Às vezes tento viver o meu antigo, no meu presente.
Tento ser o que fui antes, no meu agora.
Queria tanto ter o meu passado e
minha alma de adolescente que o tempo levou, de volta.
No meu corpo
do homem de hoje...
Marcos Milhazes***