A Massa

Grande parte da população brasileira hoje é prisioneira de uma ditadura invisível, mas funcional.
O governo brasileiro, desde 1998, através dos déspotas que pelo trono passaram, fez bem o serviço de casa.
Somos reféns das dívidas bancárias crescente, das contas de água, luz, bombeiro, CRC, CREA e IR.
Se não bastasse, deram poder aos canalhas e desordeiros: Serasa e SPC, que aleatoriamente da noite para o dia falem uma família.
Não há saúde para quem não tem planos de saúde.
Não há formação, no verdadeiro sentido da palavra, para quem só pode estudar em instituições públicas.
Para os tantos nordestinos não há mais esperança senão aguardar em certo momento um "Antonio Conselheiro" e colocar a "Massa para refletir".
Por que não um Fidel para todos?

Marcos Valle sempre atento já dizia

"A mão que toca um violão
Se for preciso faz a guerra
Mata o mundo fere a terra
A voz que canta uma canção
Se for preciso canta um hino
Louva a morte"


Até nos deram a música, mas nunca a partitura.
Tocamos de ouvido como quase tudo que aqui realizamos.
Sabemos que a TV dominante e suas filiadas nos dizem lendas, mas nunca verdades.
São poucos, muito poucos no poder, conduzindo mais de 200 milhões de brasileiros como marionetes.
Só que um dia a "Massa pode desandar" e buscar dignidade para existir, e o bolo crescer demais, solar e derramar creme vermelho.

E Marcos Valle, continuava...

Viola em noite enluarada
No sertão, é como espada
Esperança de vingança
O mesmo pé que dança um samba
Se preciso vai à luta
Capoeira


Sim, grande massa.
Sua paz sempre será passageira.
Sua companheira, depois de tanto sofrer ao ver a família com fome, sem educação e alcançados eventualmente pelas balas perdidas do acaso, simplesmente num triste dia desiste de viver e vira estatística tão somente.

Marcos, narrou assim bem antes

Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira
Pra defendê-la se levanta e grita:
Eu vou!


E como já roubaram seu trabalho, dignidade, sustento, educação e saúde dos seus.
Executaram sua companheira, pois nada mais tinham para levar.
Mesmo os que chegaram ocultos com o nevoeiro do exílio e negaram seu irmãos, num belo dia levarão você e sua viola, sua canção, sua espada, sua terra e a sua Porta-Bandeira.

Marcos concluía essa grande canção de protesto...

“Mão, violão, canção, espada,
E viola enluarada,
Pelo campo e cidade
Porta-Bandeira, capoeira,
Desfilando, vão cantando,
Liberdade”


Hoje ainda trinco meus dentes de tanta raiva e agonia pelo que fizeram e fazem aos nossos irmãos.
Sim, sabemos que a liberdade tem preço!
Mas a liberdade que se estende a todos, e não somente aos agraciados pelos mesmos métodos da desonestidade e da ganância tutelada.
E que se pode esperar dessa "Massa"?
Eu digo: acordem!
Ainda há tempo!
Precisamos ver um céu azul e ter a plena certeza que ele um dia chamar-se-á:


"LIBERDADE"

Então na luz dessa música, Marcos Valle encerrava seu lamento


Quem tem de noite a companheira
Sabe que a paz é passageira
Pra defendê-la se levanta e grita: Eu vou!
Porta-Bandeira, capoeira
Desfilando, vão cantando:
Liberdade!
Liberdade!


Quando meu Deus!!!

 

 Texto - Marcos Milhazes***
 Viola Enluarada - Música e letra 
 Marcos & Paulo CesarValle
 Revisão de texto - Eliane Gonçalves***

 

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