ABSTRATO
A mulher que ama é
tão complicada em síntese,
Confunde-se com a própria
gramática.
Vira advérbios sem modos
Quando cheia de
medo,
entusiasmo, às vezes por falta de confiança.
Vira um
substantivo, se tem serenidade,
se tem brilho próprio, se é cúmplice
de alguém.
Sua meditação vai ao azul da confiança e
mergulha no medo de amar.
Solta palavras dispersas para serem
ouvidas.
Sempre duvidosa, procura quem sabe.
Fala de sua fantasia
só para quem conhece sua realidade.
Só oferece seu verso para quem
tem o poema.
Enfim...
Demonstra a sua alegria, para que
doa um sorriso
Um beija-flor, para quem tem mel para lhe
ofertar.
Resumindo
Transforma-se sempre no que não se pode
pegar...
Marcos Milhazes***
Midi - Bem que se quis
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Marcos Milhazes
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