CÓDIGOS

Na cabeça um ensejo
que chamei até de desejo
Naquele dia ameno, naquela mesma esquina
repetiu-se mesma silhueta feminina
para minha agonia.
 
Do carro entre o vão do teto e o meu braço
A vista suada de mormaço, registrava um passado
O coração balançava em sinfonia.
Dos berços dos pêlos quentes
vertiam gotas de sal e ânsia
 
Altos acordes brotaram de uma música
Até a Lua em pelo tentou ouvir meus apelos
Em devaneios clamavam meus desejos
E cadê a tal coragem de se declarar!
 
Deveras, ensaiava meu intento.
E quando a força chegou como o vento
também meu tempo e a morena se foram
mesmo que por  breve momento.
 
Se me falta experiência nessa demanda
Na próxima, deslizes não haverá.
Confesso, esquecendo a minha mocidade
busco os códigos da sabedoria
dos antigos de idade
 
E nunca mais a permitirei que se vá... 

 

Marcos Milhazes***

Formatação: Mica Milhazes

 

 

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