, 2005 5:28 PM
Subject: conto yaranazare

 
 yaranazare

 
 

 
 

 
 
 


Nome: Yara Nazaré
Email:
yamari@uol.com.br
Estado: Brasília


O TATU

Todos os anos em janeiro, meus pais faziam a famosa viagem, cujo intinerário
passava por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte onde meu tio, irmão
do meu pai residia.
Eu, minha irmã e nosso irmão, seguíamos a mando dos nossos pais, para as
fazendas dos tios, no interior. Cada um dos três irmãos ficava na casa de um
dos tios. Não devíamos ficar os três juntos para não dar muito trabalho.
Nesse ano fui para o "Poção", a fazenda do Tio João Adrião!
A casa da fazenda era sobrado. Eu e as primas, dormíamos no andar de cima.
Durante o dia, passeávamos a cavalo, com a parada para o gostoso banho no açude. Depois do almoço, brincávamos debaixo da sombra da frondosa árvore, Pau D'Arco. Já rompendo a noite, a brincadeira era de roda e de adivinhações.

Às 19h00 já estávamos preparadas para dormir, pois não havia televisão, nem
se sabia o que era. E, criança tem que dormir cedo para recuperar a energia,
segundo alegava minha tia.
Na primeira semana na fazenda, ganhei um presente inusitado. Um tatu, caçado
pelo vaqueiro do meu tio, o qual batizei com o nome de "Rock", por ser fã do
ator norte-americano, Rock Hudson. O vaqueiro, fez uma gaiola com ripas de
madeira e acomodou o bichinho lá.

Chegou o final das férias e voltei para minha cidade com minha mala e minha
gaiola com meu novo bichinho de estimação.

Toda alegre e faceira fui chegando e mostrando meu mais novo "amiguinho", o
Rock. Quando minha mãe olhou para a gaiola e viu o que lá estava, deu um
grito e chamou a "Siá" Maria, a cozinheira que me viu crescer e que
preparava comidas com um tempero tão gostoso, que só ela mesmo sabia dosar.
Minha mãe então falou, que ela levasse aquela "coisa", o mamífero cavador
envolvido na sua carapaça de placa óssea, para o quintal e ordenou, que no dia seguinte, preparasse um ensopado dele e que não esquecesse de colocar o leite de coco, pois daria o toque final ao tal ensopado.
Gritei, esperneei, chorei, supliquei, expliquei que havia sido um presente
do vaqueiro, mas de nada adiantou.
E no almoço do dia seguinte, o meu tatuzinho, o meu Rockzinho, era o prato
principal. Minha mãe, ainda convidou minha avó e meu avô para degustarem do
"famoso" item do menu!
Não tive coragem de me aproximar da mesa, por mais que me chamassem. Fiquei
chorando e sem apetite no meu quarto, mas desejei com todo fervor, que todos
tivessem dor de barriga, após aquele almoço!!!!!!

Yara Nazaré
 
 
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Marcos Milhazes agradece