Mas antes de vestir
sua fantasia, evite a conotação
Vista sua folia mas nunca o seu
coração
Não use alegorias baratas
Alegre seu espírito sem o uso de
artifício
Para depois não chorar o desperdício
Quando der leia a
fórmula abaixo
Mascarados
Se a tristeza tira a minha paz.
Se as
razões se misturaram
em meios aos confetes
Criei minhas
fantasias,
sem perceber que faltava você
Sim!
Sei que
desfilei nesse Carnaval
Nas passarelas da euforia
Sem
adeus
Sem beijos de despedida
Sem um único aceno na
saída
Que se fazia num enredo só de ida
Nem me lembrei que são
dias de ilusão
Que depois da farra
Continuava minha alegria
Me
divertia, ria e nem percebia
Que era apenas um Pierrô sem a minha
Colombina.
Foi como num bloco de sujo
Que vai passando nas
desatentas ruas
Em noite alta, fria e escura
Vem a terça
de realidade e amargura.
Sim, assim são os carnavais
e fogueiras
de São João
Sempre acabam em cinzas,
E sempre numa quarta onde os
sonhos terminam...
E aos eternos e desatentos foliões
Que nessas
épocas surgem como mandriões
Quando desprovidos das suas
fantasias
Se esvaem sob as fantasiosas mascaras de
desenlaces
Mostram nesse momento as suas verdadeiras
faces
Marcos Milhazes***