Me
tiras do sério...
Sinto sempre ser a tua verdade
Sinto-te ter-me só por vaidade
Escasseias toda a minha vontade
Possui-me o tempo inteiro
Abandona-me em total devaneio
Como de hábito, entras sem bater
De pronto e ao menos sem perceber
Desanda meus sentidos
Leva-me a um paraíso
Deixas-me temperada em agonia
Desandas todas as minhas manias
Afoito, fala-me baixinho aos meus ouvidos
Propostas atrevidas e indecorosas de amor
Possui-me como dantes
Leva-me ao céu como um santo e por breves instantes
Desapareces de pronto e com ciência do que fez
Enraivecida, magoada
sentindo-me mais uma vez mal amada
Traída ou atraída,
já
nem sei mais!
Reclamo,
esbravejo e falo ser aquela a última vez
Juro junto aos pés da cruz
Minha ...eterna despedida outra vez
Mas como sempre, apareces de repente
Fazendo-me esquecer tudo novamente
Leva-me para aquele bendito céu
Envolve-me mais uma vez em Lua de Mel
Faz-me até
sonhar com aquele véu
Danças comigo um estranho tango de Gardel
Juras que nunca me negou
Enfim!
Faz-me esquecer até de quem sou...
Marcos
Milhazes***