Tais políticos antigos
Às vezes o vento
falava comigo
Pássaros tentavam indicar-me segurança
Minha mão trêmula e
dedos inertes,
e meu relógio que não sabe marcar a hora.
O dia se esvai,
hora de dormir.
O céu veste seu roupão negro,
Apenas sobrevivi nesse
canto da vida,
a sensação ávida de saber-se vivida
E se meu amanhã for
hoje?
Aos meus ponteiros cabe-me
fazer uma proposta.
Serei o escultor do meu tempo.
Sim, esculpir
com demência minha permanência
Só depende de mim, aplicar com arte
viver,
amar, trabalhar.
Sim, a despeito de atos e fatos
Exerço com jeito a mania
de insistir
Sim, só depende de mim, existir...
Marcos Milhazes***