PILATOS
! Converso por longas noites, em monólogo... A escutar-me apenas o velho relógio e o cosmo todo em amplidão... Minha alma aberta com todas as portas . Escancaradas as janelas do coração! Sou um homem de longínquas vidas. Nelas em várias faces me entreguei. Passei pelos castelos medievais, estive entre os grandes reis ! Freqüentei as tabernas de um tempo, onde os homens eram jogados aos leões! Presenciei a sentença de Jesus, quando Pilatos lavou as mãos. Três condenados pregados na cruz, de Jesus a ressurreição... Fui um humilde lenhador, ajudei Pedro, o pescador! Fui o ladrão escondido nas montanhas e grutas... Um dos amantes de Madalena, a prostituta! Estive em cada tempo e época. No jovem que foi para primeira guerra e da mãe se despediu... Sou um dos soldados anônimos mortos, cuja mãe nunca mais viu. Trago a bagagem de incontáveis experiências. Hoje, onde eu teria mudado? Ainda me vejo o mesmo de ontem. Quantas pessoas aos leões jogadas? As arenas permanecem nos morros, as lutas sangrentas travadas... Crucificados os sem nomes, de fome, a bandeira de Pilatos levantada. Lavadas as mãos e a consciência colocada sob disfarçados tapetes? Vivo de aparências! Caminho com a ciência ou faço do meu saber a guerra de interesses? Nasço até de laboratório, sou um número no cartório! Precisaria ser reinventado? Pobre homem deste tempo, se Jesus viesse hoje, seria novamente crucificado! José Geraldo
Martinez
martinez.ata@terra.com.br direitosreservados: Sicam/Socimpro/CBM Midi - Adagio - Tomaso Albione Voltar Casa dos
Amigos
Clique aqui
Livro de
Visitas
Deixe
aqui o seu chamego.
Marcos
Milhazes agradece
Art-Formatação-Edna Liany Protegido pela Lei 9.610 de
19-02-98-art.184 |