Poema Tradicional
        
Isso é normal, atual?
Bem, que seja assim.
A literatura escreveu suas regras.
Criou seus estribilhos, tirou às vezes,
o brilho dos versos verdadeiros e inovadores.

Nunca abre mão do tradicional,
que como tal fala sempre.
Do amor em vão,
Do meu coração
Dos nossos olhos de perdão
Com tanto, que acabe em... ão
Se puder ter refrão será então
o bom, é o bom, é o bom...

Dos classicos...

Tinha uma pedra no meu caminho
Seus cabelos tão negros, qual o talhe da palmeira.
Por mares nunca dantes navegados
E seus olhos fecharam, como as asas cinzentas da noite.
Ser ou não ser, eis a questão.

Dos domésticos...

Com suas ricas e desastrosas rimas de amor e dor
Ou ao contrario...
Não quero contrariar,
apenas aplicar a arte de achar...

Que do simples e tênue chavão,
criados pelas nossas mãos domestica e de arte
ou arteiras,
escrever de qualquer maneira..
A arte da mente, que até sente o peso,
das heresias escritas e
fica atentas aos olhos dos leitores...
Será que conseguiremos então afinal,
entre as doutrinas do ontem e do hoje,
sem virarmos escritores
que perdem as estribeiras...

A arte de não escrever besteiras? 

Marcos Milhazes***
 
Voz: Anna Müller
 
Imagem-Aurora Boreal do Alaska
Modelo da Foto: Poeta Marcos Milhazes***
Foto-Montagem: Edna Liany
 
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