Vida de Moleque
Jurandi Alves Siqueira

Tá com medo tabarel?
É de linha de carretel!
 
Feita pra ventos fracos ou para ventos fortes
Venha me cortar, se tu tens sorte!
 
Venha, vamos cruzar!
Tá com medo?
Vamos torar?
 
Vem vento catinguelê
Cachorro-do-mato quer me morder.
 
Sou bom de bola e de rasteira.
Rodo pião, planto bananeira
Brinco de toda brincadeira,
Mas a cafifa é a primeira.
 
São várias as voadeiras:
Cafifa ou pipa, papagaio, baratinha,
Arraia, pião, morcego e cortadeira.
 
E assim foi a minha infância inteira.
 
O empinar uma pipa, botar cafifa no alto
É coisa de criança travessa,
Lá do morro ou do asfalto.
 
Soltar cafifa,
É coisa séria e importante
 
Você ligado por uma linha ao seu coração
Tão distante.
 
A pipa vai subindo. A linha você vai dando
E a tal adrenalina, aos poucos aumentando.
 
É que há um misto de risco e prazer
Na medida que ela, de você,
Vai se distanciando.
 
Cafifa cortada, pipa voada.
O coração em desespero:
É minha, peguei primeiro!
 
Majestosa
Ela voa lá no céu.
 
Bela, fascinante, cheia de linha!
Me faz lembrar de uma época tão boa.
 
A bela época, da infância minha.
 
Tá com medo tabarel?
É de linha de carretel!
Vem vento catinguelê
Cachorro-do-mato quer me morder

 
 
 
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